sábado, 29 de maio de 2010

Maria, para onde?

Algo acabou,
o coração apagou,
o amor não sumiu.
E agora, Maria?
E agora, Maria?
Você que não desiste,
Insiste nos outros;
Você que faz poesia,
Que quer ser poesia.
E agora, Maria?

Esta sem a “beleza’,
Esta sem a ‘verdade’,
Esta sem o alento,
Já não luta tanto,
Já não brinda tudo,
Nem tentar pode...
O fim de semana chegou,
Só a chuva veio,
Ela esconde a sua lágrima,
E o sol, também, sem riso.
Já o sonho fugiu,
Acabou.
E agora, Maria?
Seu jeito menina,
Suas bochechas em febre,
Seu andar se equilibrando nas beirinhas das calças,
Suas cartas que não manda
Seu vestido num jardim
Sua incoerência,
Sua dor – e agora?

Com a chave da boneca rosa nas mãos,
Tenta abrir,
o que não abre.
Quer sentir o vento gelado vindo do mar,
mas o vento acalmou.
Maria, e agora?
Se você gritasse,
Se você gemesse,
Se você tocasse,
Ainda, o coração...
Se você dormisse,
Se você dançasse,
Mas você não dança,
Sozinha, Maria.

Sozinha e acompanhada pelo vento,
Você segue, ‘a vida continua’...
Mas...
Maria, para onde?

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